quinta-feira, 25 de março de 2010

Pesquisadoras alertam para desafios na busca da equidade em saúde da população negra

O Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) promoveu esta semana, em Salvador, o curso Racismo como Determinante das Condiçoes de Saúde: em busca da integralidade e equidade em saúde da população negra do Brasil. A atividade faz parte da programação do Seminário Internacional de Saúde da População Negra e Indígena.

Na conferência de abertura, a representante do Conselho Nacional de Saúde Jurema Werneck apresentou os princípios e conceitos que orientam a atuação no campo da saúde da população negra no Brasil.

"Negras e negros reivindicam uma saúde adjetivada em função do racismo. A saúde da população negra pressupõe responsabilidades individuais e sistêmicas", ressaltou Jurema, que integra da organização não-governamental Criola e a Rede Nacional de Controle Social e Saúde da População Negra.

De acordo com ela, a terceirização do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de convênios com entidades privadas atingiu mais diretamente a população negra, que já enfrenta tratamento discriminatório nos hospitais e postos de saúde públicos e privados. “O protagonismo de negros e negras na promoção da saúde é aniquilado com a terceirização. Os interesses privados são contrários ao enfrentamento do racismo e outras formas de hierarquização social", avalia Jurema.

A professora Dulce Maria Senna, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), destacou a necessidade de pensar, por princípio, o SUS a partir da diversidade dos sujeitos e das necessidades em saúde da população.

"Para promover integralidade e equidade, via atenção básica, a qualidade e a natureza da escuta dos sujeitos é fundamental”, lembrou Dulce, para quem as relações racializadas impedem a resolutividade do cuidado. “Temos dificuldade em preencher o quesito cor nos ambulatórios. A população tem dificuldade em se auto-declarar porque teme mais discriminação.”

O Seminário Internacional de Saúde da População Negra e Indígena segue até sexta-feira (26).

segunda-feira, 22 de março de 2010

Fórum Nacional de Juventude Negra lança edital de concurso de pequenos projetos

Fonte: Fonajune

O Fórum Nacional de Juventude Negra lança neste dia 21 de março, Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, o Fundo de Apoio para Pequenos Projetos às Organizações Juvenis Negras "Manuel Faustino dos Santos Lira".

A iniciativa é parte de um conjunto de ações que compõe a Campanha Nacional contra o Extermínio da Juventude Negra e visa capilarizar suas ações através de apoio financeiro às organizações juvenis negras para que possam realizar atividades relacionadas aos temas da Campanha.

O Fundo objetiva apoiar pontualmente o desenvolvimento de atividades de organizações e grupos de juventude negra do Brasil, que tenham como diretriz o combate à violência contra a juventude negra, visando potencializar o debate sobre o tema e ampliar os espaços de disseminação das perspectivas da juventude negra frente a essa realidade.

O nome do Fundo é uma homenagem ao jovem negro soteropolitano Manuel Faustino dos Santos Lira, um dos heróis da Revolta dos Búzios no século XVIII, que foi executado aos 18 anos de idade, em 08 de novembro de 1799, condenado à morte por enforcamento, por integrar o grupo dos líderes da Revolução.


A Campanha Nacional contra o Extermínio da Juventude Negra se destina a propiciar um diálogo junto à sociedade sobre os efeitos históricos do racismo na qualidade de vida da juventude negra brasileira e a negação dos direitos humanos essenciais a essa juventude, culminando muitas vezes na morte programada de milhares de jovens negros e negras por todas as regiões do país, enfatizando nesse cenário as discussões sobre violência de gênero, intolerância religiosa e demais formas de discriminações correlatas.

A Campanha é uma realização do Fórum Nacional de Juventude Negra, em parceria com o Instituto Cultural Steve Biko e a ONG Enda Brasil, com apoio da Fundação Kellog.

Mais informações: www.fonajune.com.br

quinta-feira, 18 de março de 2010

Debate sobre tuberculose no Canal Saúde

Fonte: Fiocruz

Na semana que antecede o Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24 de março), o Sala de Convidados, do Canal Saúde / Fiocruz, debate a doença. Participe nesta sexta (19), a partir das 13h, do programa, e veja como uma das enfermidades mais antigas do mundo ainda consegue ser responsável pela morte de 1,7 milhão de pessoas por ano. No Brasil, são cerca de 80 mil novos casos e cinco mil mortes ao ano. Para você, o que falta fazer no combate à doença?

No programa Sala de Convidados, o público participa ao vivo pela Web canalsaude.fiocruz.br, no chat, ou assistindo pela NBR e ligando 0800 701 8122. Se preferir, antecipe a participação pelo canal@fiocruz.br. Para saber como assistir a NBR na sua cidade ou obter mais informações sobre a NBR, acesse ebcservicos.ebc.com.br/veiculos/nbr. Para assistir no site do Canal Saúde, acesse <www.canalsaude.fiocruz.br>, clique na TV com a inscrição “ao vivo”.

Você saibia que

O histórico de iniquidade racial no Brasil ainda repercute no acesso de habitantes autodeclarados negros aos serviços de saúde. Hoje, entre os negros, o risco de morrer por tuberculose, por exemplo, é 70% maior em relação aos brancos, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Confira matéria do Jornal da Unicamp aqui




segunda-feira, 1 de março de 2010

Audiência pública sobre cotas no STF

Entre os dias 3, 4 e 5 de março, o Supremo Tribunal Federal (STF) realizará audiência pública para discutir a Constitucionalidade de Políticas de Ação Afirmativa de Acesso ao Ensino Superior. A audiência foi reivindicada pelos movimentos sociais após a advogada Roberta Fragoso Menezes Kaufmann protocolar em julho de 2009 uma ação pela imediata suspensão da política de cotas para estudantes negros e indígenas da Universidade de Brasília (UnB).

A Rede de Controle Social e Saúde da População Negra considera as ações afirmativas em geral e as cotas em especial, uma estratégia de promoção de justiça social. As cotas para o ingresso nas universidades públicas é uma medida fundamental para garantir a efetivação do direito à educação formal de qualidade e o direito ao desenvolvimento dado que o acesso e permanência nos cursos de graduação contribuem para ampliar as liberdades fundamentais e as potencialidades individuais.

É injustificável que negros e negras não tenham esses direitos garantidos. Além disso, a Rede destaca a importância de negros e negras ingressando nos cursos da área de saúde, bem como a importância da inclusão de temas como racismo e saúde da população negra nos processos de formação e educação permanente. A presença destes profissionais nos serviços de saúde será uma das respostas da sociedade brasileira no processo de enfrentamento ao racismo estrutural. E, de modo complementar, sua atuação será de fundamental importância para o enfrentamento do racismo no setor saúde.

Foto: Marcello Casal Jr./Abr - Dia 23 de julho de 2009, durante recepção especial aos alunos cotistas da UnB, que se matricularam preocupados com ação judicial contrária ao sistema de seleção da universidade.

Urgência no lançamento do Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa

A Rede Nacional de Controle Social e Saúde da População Negra repudia o sucessivo adiamento do lançamento do Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa, marcado inicialmente para janeiro. Estamos convivendo com recorrentes episódios de intolerância. Adeptos e adeptas de religiões de matrizes africanas têm sido alvo de agressões físicas e verbais; terreiros são profanados por pessoas que não respeitam os direitos constitucionais; ideias racialistas têm sido proferidas livremente.
As religiões de matrizes africanas são expressões da resistência cultural, política, social e religiosa, representam a memória e tradição da luta negra por reconhecimento e respeito. É no ataque à religiosidade de matrizes africanas que o racismo e preconceito, que estruturam a sociedade brasileira, se explicitam.

É imperioso que o governo federal dê uma demonstração pública de comprometimento com o enfrentamento de toda e qualquer tentativa de cerceamento à liberdade religiosa. O Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa certamente contribuirá com isso.

O plano é coerente com os compromissos assumidos pelo Estado brasileiro de garantir a pluralidade religiosa e os direitos fundamentais da pessoa humana. A liberdade de expressão e de culto está garantida na Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Declaração de Durban e na Declaração sobre a Eliminação de todas as Formas de Intolerância e Discriminação, dos quais o Brasil é signatário. Na Constituição Federal, o direito está garantido no art. 5º incisos VI e VIII, que afirma que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção dos locais de culto e suas liturgias”, algo que não tem se concretizado na prática.

Nós, integrantes da Rede da Rede Nacional de Controle Social e Saúde da População Negra exigimos a imediata apresentação pública do Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa como uma demonstração do compromisso deste governo com o direito de que todas e todos professem sua religião livremente.

Militantes do PT defendem criação de secretaria ou coordenação nacional de saúde da população negra

Durante o 4º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, realizado entre os dias 18 e 20 de fevereiro, o Coletivo Nacional de Combate ao Racismo e a Secretaria Nacional de Combate ao Racismo do PT apresentaram proposta de resolução para que o governo “priorize em seu programa a criação da Secretaria ou Coordenação na estrutura do Ministério da Saúde, voltada exclusivamente para a saúde da população negra, bem como estudos e pesquisas que tenham por objetivo a prevenção das doenças prevalente nesse segmento”.

Atualmente, a Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP) é a responsável no âmbito do Ministério da Saúde pela elaboração de instrumentos com orientações específicas para a implementação, monitoramento e avaliação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.

Anote na agenda

- 5º Seminário Paulista da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde

Dia 21 de Março de 2010, em Bragança Paulista (Diretoria de ensino/Centro)
Atividade realizada pelo GVTR/Grupo de Valorização do Trabalho em Rede e a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Bragança Paulista.

Público alvo: lideranças religiosas, adeptos de religiões de matrizes africanas, lideranças de diferentes movimentos sociais, pesquisadores, gestores e profissionais de saúde.

Inscrições e mais informações: gvtr_secretaria@terra.com.br (0xx11/2522-2736) com Iyalorixá Cristina Martins de Oxum. Na web: http://saudenoterreiro.blogspot.com/

- Seminário Internacional de Saúde da População Negra e Indígena



De 23 a 26 de março, no Bahia Othon Palace Hotel, em Salvador.
Para inscrições e informações basta acessar os sites, http://www.saude.salvador.ba.gov.br/ ou http://www.sispni.salvador.ba.gov.br/ ou ligar para (71) 3186-1103

- 6ª Conferência Nacional de Saúde Mental

Etapa nacional em Brasília, de 27 a 30 de junho
Etapas Municipais e/ou Regionais: 08/03 a 15/04
Etapas Estaduais: 26/04 a 23/05

Concursos globais do programa Changemakers da Ashoka







Busca inovações em saúde materna, com especial ênfase em jovens lideranças e iniciativas que trabalhem na redução da mortalidade materna. Inscrições até o dia 17 de março. Premiação: participação de um evento internacional na Índia. Prêmio especial para jovens líderes de intercâmbio internacional de nove meses com empreendedores sociais da Ashoka. Para mais informações: http://www.changemakers.com/pt-br/maternidade








Busca projetos inovadores no combate a violência de gênero em todo o mundo. Inscrições de projetos ou ideias até o dia 15 de março. Prêmio: US$ 5 mil ao primeiro colocado e custos da viagem para o Encontro Global na Espanha para três vencedores. Para mais informações: http://www.changemakers.com/pt-br/violenciamulher







Pretende identificar tecnologias e metodologias criativas e inovadoras para inclusão econômica de mulheres. Inscrições até 14 de abril. Premiação: três mais votados entre os finalistas selecionados pelo júri receberá US$ 5 mil. Para mais informações: http://www.changemakers.com/pt-br/node/69493/entries

O Changemakers (http://www.changemakers.com/) é um site que cria uma comunidade on-line de inovadores sociais, pessoas que pensam de forma criativa soluções para os problemas sociais mais urgentes no mundo. A proposta é também aproximar grandes investidores sociais do mundo com iniciativas locais de grande impacto, com grande capacidade de transformação e de ampliar a escala de atuação. Os Desafios do Changemakers são democráticos e abertos para a participação de todos. Inclusive empresas, projetos do governo ou iniciativas sociais, universidade etc.

Modified by Blogger Tutorial

Rede Nacional de Controle Social e Saúde da População Negra ©Template Nice Blue. Modified by Indian Monsters. Original created by http://ourblogtemplates.com

TOP