terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Ator homossexual é vítima de agressão no Rio (Nota de repúdio)

Insensato, insano, desumano. Assim sempre foram tratados os crimes contra a humanidade e o desrespeito pelas diferenças no Brasil. Os mais negativos adjetivos que essas ações recebem nunca poderão descrever os prejuízos que uma vítima de preconceito e discriminação materializado pela homofobia, racismo, xenofobia, machismo ou qualquer outra forma de discriminação correlata sentem. É impressionante e lamentável como em pleno século XXI ainda defrontamos com cenas abomináveis que tiram nosso fôlego e nos revoltam pelo tamanho da violência e desrespeito ao direto a vida e a diferença.

O caso do cidadão, ator, homossexual e portador do vírus da Aids, Cazu Barroz, que no último dia 03 de dezembro foi cruelmente alijado e fisicamente agredido dentro de um ônibus coletivo no Rio de Janeiro por se manifestar como homossexual e pessoa vivendo com HIV em campanha de conscientização no 01 de Dezembro - Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. Tais atos nos obrigam a refletir melhor sobre como tratamos as pessoas vivendo com HIV/Aids e de que forma estão sendo tratados os agressores e as pessoas que desrespeitam os direitos humanos, que cometem crimes contra a vida tão bárbaros como o que aconteceu com Cazu Barroz.


Atos como estes não cabem na sociedade atual e não podemos deixar passar despercebidos após tantos avanços já alcançados. Os 25 anos de epidemia da AIDS no Brasil são marcados por várias conquistas, dentre elas a formação de voluntários para conscientização e prevenção do HIV/AIDS para toda a sociedade.


Temos pessoas, redes e instituições que trabalham arduamente para o acesso de todas e todos a prevenção, a tratamentos e assistência. Não podemos retroceder e permitir que atitudes lamentáveis como estas nos surpreendam.

A violência, brutalidade e desrespeito a vida, demonstra que embora tenhamos  avançado no campo das políticas públicas em HIV/Aids, muito ainda precisa ser feito para o enfrentamento do preconceito e discriminação que é uma doença social e de conduta. Deve ser garantido as pessoas vivendo com HIV/Aids o direito a expressão, ao respeito e é inadmissível que ainda continuem sendo vítimas desse tipo de agressão e intolerância.

Por essa razão a REDE NACIONAL DE CONTROLE SOCIAL E SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA e a REDE LAI LAI APEJO vem por meio desta nota, manifestar seu repúdio a todos esses atos de preconceito e discriminação seja homofóbico, racial, xenofóbica ou de gênero e cobrar do Estado Brasileiro justiça e punição aos culpados por esses atos violentos e desumanos.


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