domingo, 9 de novembro de 2008

Racismo: questão determinante para maior risco de morte por homicídios

de Ana Luiza Zenker: Repórter da Agência Brasil

Brasília - O racismo pode estar entre os motivos que levam os negros a estarem sujeitos a um maior risco de morte por homicídio. Foi o que afirmou hoje (6) o diretor do Departamento de Análises de Situação de Saúde (Dasis) do Ministério da Saúde, Otaliba Libânio.

No total da população, o risco de pretos e pardos morrerem por homicídio é maior do que o risco de pessoas brancas, em 25 estados e no Distrito Federal, segundo indica a publicação Saúde Brasil 2007, divulgada hoje pelo Ministério da Saúde.

Para Libânio, a pobreza e a desigualdade social são os principais fatores determinantes dessa situação. “Primeiro que a raça ou cor funciona como uma variável do nível sócio-econômico das pessoas, então as pessoas negras têm um nível mais baixo sócio-econômico, e isso as pré-dispõe a um maior risco de morte”, explicou.

No entanto, ele ressaltou que mesmo entre pessoas de mesmo nível de escolaridade também é registrado um risco maior para negros. “Então pode estar envolvido aí alguma questão mais de racismo também”, disse.

O estado da Paraíba é o que tem a pior relação: o risco de assassinato na população negra é nove vezes maior do que na população branca. Em 2005, foram notificados 30,2 mortos por homicídio a cada 100 mil pessoas negras; entre os brancos, esse número foi de 3,3. Em seguida estão Alagoas e o Distrito Federal, onde o risco entre os negros é quase seis vezes maior.

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